Marina alça voo no tempo e no espaço neste lindo livro de poesia, se guiando pelos perfumes, cores e sons ela pousa e desvenda o cotidiano. (editora Trevo)
MARINHEIRO
Talvez prefiram os que não se importam,
os que não sentem, os que não choram
– Mas me perdoem
Não sei ser metade
Não sei ser covarde
Não sou uma fraude
Sou um oceano inteiro
Límpido, mas imprevisível
Que muda quando está quente
e quando está frio
Aqueles que em minhas águas queiram adentrar
Peço que nelas saibam navegar
Para não acabarem por naufragar
Marina Berti João nasceu em 1994, em São Paulo e cresceu entre a capital paulista e a cidade de seus pais, São José do Rio Pardo. Atualmente no último ano da faculdade de Medicina na Universidade Nove de Julho, pretende se especializar em neuropsiquiatria. Seu contato com a literatura começou como terapia, na necessidade de ter um lugar para repousar seus pensamentos, aflições e reflexões, onde se sentia segura e capaz de explorar o que de mais íntimo habitava em sua alma. Este lugar era a poesia. Foi assim que ao longo da sua vida compartilhou com seus cadernos aquilo que em voz alta não conseguia, dando vida as mais variadas sensações e facetas de sua personalidade e visões do mundo..
Apresentação
““Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é decidir”
Cora Coralina
Pessoas felizes também choram é sobre a viagem no entendimento e aceitação das emoções, em que, a cada parada, o eu lírico conseguisse externar e recuperar suas energias para a próxima jornada e, em cada novo destino, permitisse que todos os seus sentimentos possam vir de passageiros e com suas bagagens, pois, no final, será ele quem estará conduzindo o carro na viagem para ser feliz.
marina berti joão
( ( SELEÇÃO de POEMAS ) )
QUEM SOU EU
Me fale o que te faz
sonhar,
vibrar,
viver.
O que te fez escolher
Como faz acontecer
Mas me fale de você.
Apenas. De você.
E que se dane os olhos que nada veem
Mas que fingem que tudo prevê
Tentando viver por você
Me fale de você.
Apenas. De você.
Das suas escolhas incertas
Das suas manias inversas
Dos seus sonhos perversos
Me deixe te ver
Acertando para escolher
Errando para aprender
Mas se permitindo viver
Quem é você?
ACONCHEGO
Sua voz virou poesia
Sua alma me traz alegria
Me faz desejar
Em teus braços
Quero me deitar
E assim poder ficar
Me fazendo eternizar
UNÇÃO
Dois corpos que se cruzam
Guiados pela chama
que os tornam um só
De onde vieram não importa,
para onde vão
é o que os conforta
Encorajados pelo acalentar de sua utopia
Descalços, Molhados, Cansados
Se banham sob o sol
ao beijar o luar
Amantes do destino,
são as almas a se entrelaçar